terça-feira, 18 de maio de 2010

Vivemos um estado de esquizofrenia colectiva

O mundo virtual da especulação financeira materializa-se nas nossas vidas através da total dependência da Europa ao império americano. As agências americanas, que cotam o alegado risco das dívidas dos países, determinam as políticas económicas e fiscais dos governos. Este é o campo da especulação mais selvagem para a qual a economia real é moldada pela indução de factores psicológicos. Isto pode significar que, por exemplo, a taxa de juro que um país paga pelo endividamento externo do estado e das empresas pode subir ou descer em função da avaliação que as famigeradas agências de rating fazem, a cada momento, do exercício político dos governos. Assim um aperto de mão entre um primeiro ministro e o líder da oposição pode valer uma descida brutal do serviço da dívida. Isso só acontece se o aperto de mão selar um compromisso de aprovação de medidas que estrangulem o poder de compra dos trabalhadores como por exemplo o aumento de impostos ou a redução da massa salarial através da taxação extraordinária do subsídio de férias e/ou de natal ou a redução das comparticipações do estado nos medicamentos e assitência na saúde. Quando é que acordamos todos e percebemos que isto não tem que ser assim! Tudo isto são convenções de suporte à exploração desenfreada do trabalho e à maximização brutal do lucro.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Há alguns dias que, em certos meios da cidade, não se fala de outra coisa

A possibilidade de vir a encerrar o Centro de Artes Tradicionais tem gerado inúmeras conversas, solidariedades e tomadas de posição.
Tudo isto começou com a apresentação em reunião pública de câmara, de uma minuta de protocolo para a criação de um museu de design.
Trata-se de um acordo tripartido entre um coleccionador privado, a Câmara Municipal e a Entidade Regional de Turismo, que prevê a utilização do espaço onde hoje existe o Centro de Artes Tradicionais para a instalação do dito museu do design.
Aquando da discussão do conteúdo do protocolo, foram colocadas pelos vereadores da CDU várias questões, cujas respostas não considerámos satisfatórias.
Tratando-se de um protocolo em que o Município assume a totalidade da logística, a adaptação do espaço, e os meios humanos necessários ao seu funcionamento, seria natural que junto do mesmo fosse apresentada um estudo que nos esclarecesse qual o valor em causa. Tal não aconteceu e nem em reunião de câmara a vereadora do pelouro ou o presidente foram capazes de dizer com clareza quais os custos para o município da instalação daquela colecção privada.
Previa o tal protocolo a manutenção deste apoio por parte do município até que o referido museu atingisse a auto-sustentabilidade, o que, segundo previsão da responsável do pelouro, aconteceria ao fim de dez anos.
Como o protocolo tem a validade de 10 anos, facilmente se conclui que o apoio se manteria durante toda a sua vigência.
Entendemos que tal distribuição de encargos e benefícios se manifestava lesiva do interesse público.
Nada me move contra a instalação de uma exposição permanente de peças de design industrial na nossa cidade, nem contra o proprietário do acervo a expor. Entendo até que a diversificação da oferta, com a instalação desta exposição permanente, constitui uma mais-valia para o concelho.
O que já não me parece razoável é que essa instalação se faça num espaço onde existe um Centro de Artes Tradicionais e em sua substituição.
Surgem agora argumentos que vão no sentido de nos tentarem convencer que as duas realidades podem coexistir naquele espaço.
Dando de barato a questão do enquadramento das Artes Tradicionais com o Design Industrial, num mesmo espaço, que nos parece francamente improvável e indesejável, basta uma leitura atenta da minuta do protocolo para se perceber que não existe uma única referência à manutenção do que constitui hoje o acervo do Centro de Artes Tradicionais.
Dois aspectos me parecem perfeitamente claros neste processo: por um lado uma desequilibrada distribuição de benefícios e encargos pelos parceiros, ficando, na prática, o município a sustentar a exibição de uma colecção privada de peças de Design Industrial, por outro lado a morte não anunciada de um espaço museológico dedicado às artes tradicionais que a acontecer será um verdadeiro crime de lesa cultura.
Por estas duas razões, eu e os meus companheiros eleitos pela CDU na Câmara Municipal votámos contra a assinatura daquele protocolo.
Lamentavelmente a maioria PS/PSD teve o entendimento contrário. Se existir bom senso ainda vão a tempo de voltar atrás e propor um novo protocolo, mais equilibrado e instalando a colecção de peças de design num outro espaço.
Bem sei que estou a pedir um milagre, mas como hoje é 13 de Maio…
Até para a semana

Eduardo Luciano
13 de Maio DianaFm

domingo, 2 de maio de 2010

lutar pela liberdade


Nos dias que correm somos cada vez mais reféns das teias de isolamento que asfixiam a sociedade global e que determinam o individualismo como marca mais profunda do homo simbolicus/semioticus. A fragmentação de saberes e a proliferação de signos que se explicam entre si são a essência da alienação. Ouvimos e lemos o que alguns, poucos, entendem que deve ser a história única do mundo, da Europa, da nossa cidade. As centrais de informação, peças tutelares do establishment criam os paradigmas a que devemos aderir e os tabus que nos limitam o pensamento. A luta pela Liberdade não é a ficção romântica daqueles que fizeram as revoluções do passado, o 25 de Abril em Portugal ou a luta contra a ocupação dos seu território, como os Saharauis. A luta pela liberdade, hoje, é um imperativo nas sociedades ocidentais, na Europa, e aqui ao pé da nossa porta, em Évora. A luta pela Liberdade hoje é a luta pela democratização dos saberes, pela democratização da cultura, pela comunicação como processo social de participação cidadã. Podemos e devemos ter um papel colectivo nesse processo !

mai 68 l'esprit de mai

As imagens, os sons, as cores, os ideais de maio de 68 estão hoje mais actuais que nunca. Tal como em Abril de 74 só nos resta lutar na rua pela defesa da liberdade e de todos os direitos que atenuaram a precarização do trabalho face ao capital e nos devolveram uma cidadania com dignidade. É tudo isso que está em risco em Portugal e nesta Europa onde os governos são meros instrumentos do grande capital transnacional e a crise, provocada pela especulação financeira, gerou uma total dependência ao império americano através das suas agências de rating, do seu fmi e de toda a panóplia de intrumentos de especulação que suportam o dolar como equivalente mundial de trocas.